Anais do Evento

A energia solar vem crescendo e ganhando maior participação na matriz energética mundial e brasileira. As energias renováveis, e em particular a solar, constituem uma solução para superar os desafios causados pela mudança climática. A transição de energias não renováveis para renováveis depende visceralmente do desenvolvimento de novas tecnologias. Uma das formas de verificar o desenvolvimento das novas tecnologias consiste em analisar os pedidos de patentes depositadas e também as publicações científicas. Este artigo tem como objetivo avaliar o desempenho relativo em inovações em energia solar no Brasil de 2000 a 2017. Para tanto são utilizados procedimentos de análise de patentes e bibliométricos. As patentes em energia solar foram levantadas nos bancos de dados do WIPO-PATENTSCOPE, que reúne documentos de patentes dos principais escritórios de patentes do mundo, e do Instituto Nacional Propriedade Intelectual (INPI). A bibliometria foi realizada em periódicos indexados pelo Web of Science Core Collection. A pesquisa no WIPO-PATENTSCOPE permitiu identificar 47.433 patentes em energia solar e 236 patentes no INPI. No INPI, destaca-se o Brasil, com 151 patentes, seguido pelos Estados Unidos, com 26. A maior depositante é aquecedor Transsen (Brasil), com 7 patentes. Das patentes depositadas no WIPO-PATENTSCOPE, o maior depositante é a China, com 22.834 - 48,1% do total. Na pesquisa no Web of Science Core Collection, foram encontrados 414 artigos com as palavras "inovação" e "energia solar". Os países com maior número de artigos científicos publicados no período são: Estados Unidos (24,9%) e China (12,1%). Como os resultados mostram reduzido volume de patentes, em sua maioria de pessoas físicas - muitas sem provável aplicação industrial, o Brasil apresenta desempenho pouco significativo. O México, território de interesse de empresas estrangeiras, tem o segundo maior volume de depósitos. China e Estados Unidos, por sua vez, lideram em depósitos de patentes e publicações científicas, respectivamente.