Anais do Evento

Constata-se atualmente no Brasil uma crescente oferta de geração elétrica distribuída, predominantemente, na forma solar fotovoltaica. O objetivo deste artigo é apresentar e discutir os resultados obtidos de estudos por simulações da produção anual de energia elétrica, durante a vida útil, de um aerogerador de pequeno porte (APP), de fabricação nacional, usando dados de vento medidos e dados estimados do último Atlas Eólico Brasileiro. Foram utilizados dados meteorológicos coletados próximo ao porto de SUAPE (Cabo de Santo Agostinho – PE), além de dados simulados através do Atlas Eólico Brasileiro (2013). Para a estimativa da produção anual de energia, foi usada uma metodologia desenvolvida pelo grupo de pesquisa da UFPE baseada no software Windographer, em modelos estatísticos simplificados e na distribuição de Weibull. Foi possível identificar que o perfil mensal da produção de energia elétrica é maior nos meses de julho, agosto e setembro, sendo os resultados com os dados meteorológicos expressivamente maiores que os do Atlas, ao contrário do que ocorre nos meses de março, abril e maio onde é possível verificar uma tímida vantagem dos resultados obtidos com o Atlas. Quanto ao acúmulo do excesso de energia produzido no primeiro ano, notou-se um crescimento entre os meses de julho a setembro, não sendo suficiente para suprir a demanda de uma residência de referência de Pernambuco. Notou-se que, durante a vida útil do aerogerador, a produção anual de energia utilizando os dados eólicos do Atlas é cerca de 40% menor que a energia produzida utilizando os dados meteorológicos coletados. O maior fator de capacidade foi encontrado com os dados meteorológicos, sendo praticamente o dobro do obtido com os dados do Atlas. Os resultados obtidos nesse trabalho permitem concluir que o emprego de dados do Atlas fornece previsões pessimistas relativamente aos dados medidos in loco. Portanto, para viabilizar no país a utilização de APPs para a produção de energia elétrica é necessário investir em um Atlas eólico de maior precisão e no desenvolvimento tecnológico de APPs aprimorados para o potencial eólico brasileiro.